Category: Igreja de Arruda dos Vinhos


“Um dos factores que contribuía para criar em torno de Óbidos, ultrapassando o seu termo, uma área coesa em que este concelho desempenhava um papel dominante era, sem dúvida, o da organização eclesiástica. De facto, são muitos os indícios de que a geografia eclesiástica, correspondendo grosso modo às primitivas circunscrições administrativas, não deixava, porém, de estabelecer, ao nível das subdivisões mais ínfimas, ligações e solidariedades várias. Do mesmo modo, e por motivos de procura de uma organização mais eficaz, também a Diocese de Lisboa, tentava integrar as paróquias que lhe estavam submetidas, criando assim subdivisões diocesanas fictícias em termos civis, mas porventura funcionais em termos eclesiásticos.

Temos notícia de que, pelo menos em determinadas épocas, era designado numa das igrejas de Óbidos, um dos seus beneficiados, eventualmente o Prior, para desempenhar a abrangente função de vigário das igrejas de Óbidos. As lacunas documentais tornam-nos difícil a constatação do verdadeiro âmbito jurisdicional de tal função. Porém registamos como curiosa a lista que o “Catálogo de todas as Igrejas, Comendas e Mosteiros que havia nos Reinos de Portugal e Algarves, pelos anos 1320 e 1321, com a lotação de cada uma delas.” fornece como sendo Igrejas de Óbidos as Igrejas de Santa Maria, São Pedro, Santiago e ainda São João da vila de Óbidos; citam-se depois as Igrejas de Santa Maria da Arruda (dos Vinhos), Santa Maria de Vila Verde (dos Francos) e Santa Maria da Lourinhã, para além de se indicar em quanto era taxada a “vigairaria da igreja de Santa Maria de Alborninha”. Do ponto de vista da organização eclesiástica esta listagem quase que nos suger uma grande região até às margens do Tejo; porém e reputamos de muito curioso o facto de a Igreja da vila mais próxima de Óbidos, a de Atouguia não vir incluída nas Igrejas de Óbidos, mas sim nas de Alenquer.”

Fonte: https://docs.google.com/viewer?a=v&q=cache:KUOJPnLA-b8J:www.cm-obidos.pt/Download.aspx%3Fx%3D61156230-9281-45ef-89cd-e3eaa9e50fe7+XIV+e+XV,+um+dos+15+castelos+da+Estremadura+arruda&hl=en&pid=bl&srcid=ADGEESi6O4enMCuKXECqL3lnn3kefksl16bs8AynR0L4HUtoPy06z8KyxIPVhPqdO2n9iBeE1MPXbhP5GCpbbxawGkpzapkcdDSNcPt4A4uzoV4aGAsqTmJXl8vbvFrt1pxmZMqr637D&sig=AHIEtbSgk4seTFhHOXW7t7zhPuk1jGBEbw

Dezenas de ossadas e fragmentos cerâmicos com 2.100 anos foram descobertos na vila de Arruda dos Vinhos, no âmbito da realização de obras de requalificação das ruas das procissões, disse hoje o arqueólogo Guilherme Cardoso.

“Temos um cemitério quinhentista com três dezenas e meia de sepulturas já identificadas e descobrimos também vestígios cerâmicos do período romano e medieval”, afirmou à agência Lusa Guilherme Cardoso.

As escavações permitem aos arqueólogos afirmar que a fundação de Arruda dos Vinhos remonta à Idade do Ferro, uma vez que a primeira ocupação do território data pelo menos de há 2.100 anos atrás, no vale do Rio da Pipa.

“Os trabalhos permitem-nos perceber como é que as pessoas eram no final da Idade Média e confirmar uma ocupação mais antiga, que remonta à Idade do Ferro”, explicou.

Nas sepulturas descobertas numa área de 40 metros quadrados, foram encontradas 80 a 90 ossadas, a maioria das quais pertencentes a crianças.

“Estamos a falar de um período em que a mortandade infantil era muito grande e tudo leva a crer que, neste caso, poderá ter havido uma epidemia, uma vez que pelo menos uma das crianças foi atirada para dentro da sepultura”, explicou.

Guilherme Cardoso adiantou que há intenção de alargar a zona de escavação, no sentido de vir a descobrir mais ossadas.

Os trabalhos arqueológicos decorrem desde março, depois de terem sido feitas sondagens, no âmbito da realização das obras de requalificação das Ruas 5 de Outubro, Heliodoro Salgado, Cândido dos Reis, da República, Padre José Lopes, do Adro e dos Becos Torto e da Amargura, em torno da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Salvação.

“Queremos valorizar o centro histórico e decidimos fazer obras nas ruas onde ainda hoje passam procissões, sendo a mais importante a da Salvação”, disse a vereadora da Cultura, Gertrudes Cunha.

A empreitada, que decorre desde fevereiro, engloba a substituição do pavimento e da rede de águas e de eletricidade.

As obras estão orçadas em 509 mil euros, 272 mil euros dos quais são financiados por fundos comunitários, e deverão estar concluídas em julho.

Fonte: http://www.ionline.pt/portugal/descobertas-ossadas-fragmentos-ceramicos-mais-dois-mil-anos-arruda-dos-vinhos

Fonte: http://books.google.pt/books?id=ba0fyVIRqxIC&pg=RA1-PA388&dq=arruda+misericordia&hl=pt-PT&sa=X&ei=l-QzT_TiFIGn0QXvm8GMAg&ved=0CFEQ6AEwBjhQ#v=onepage&q&f=false

A Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos poderá ter sido erguida, ou reconstruída, pelos monges-cavaleiros da Ordem de Santiago da Espada, a quem D. Afonso Henriques terá dado a protecção da vila em finais do terceiro quartel do século XII. Alguns historiadores atribuem a sua fundação à época de D. Sancho I (finais do século XII).

Com a passagem destas terras para a coroa no século XV, a freguesia passou para a Casa dos Duques de Aveiro e nela permaneceu, até o último membro desta casa ter morrido às ordens do Marquês de Pombal.

Para escapar às pestes quinhentista, o rei D. Manuel I refugiou-se em Arruda dos Vinhos, povoado onde as epidemias não chegaram a entrar. No sentido de retribuir esta benesse, D. Manuel I mandou restaurar o templo, com nova invocação a N. Sra. da Salvação. Grande parte das obras só se efectuaram após a morte do monarca, resultando daí uma mescla de elementos arquitectónicos característicos do gosto manuelino e muitos trechos já renascentistas. Novas intervenções se realizaram nos séculos XVII e XVIII, juntando assim ao templo outra linguagem artística.

A fachada nobre é animada por um portal manuelino e, lateralmente, por uma torre sineira rematada por coruchéu do século XVI. O portal é delimitado lateralmente por duas pilastras, onde se inscrevem duas figuras humanas renascentistas, rematadas por agulhas. O lintel descreve um arco recortado, moldurado por um outra que termina em radiantes cogulhadas.

No interior, o templo é formado por três naves separadas por elegantes arcos plenos, de arestas chanfradas, assentes em colunas, cujos capitéis apresentam ornamentação manuelina, de cariz naturalista. No andar superior da nave definem-se uma série de altas janelas, estabelecendo a iluminação do templo. As paredes das naves são forradas por azulejos seiscentistas, de ponta em diamante, e outros setecentistas em azul e branco. Os painéis azulejares mais trabalhados são os dedicados a S. Jorge e a S. Cristóvão.

A capela lateral direita, dedicada primeiramente a S. Francisco de Assis e, mais tarde, a S. Sacramento, ostenta um retábulo de talha dourada e verde e ainda pinturas seiscentistas. Nas paredes destacam-se os policromados painéis azulejares do século XVIII, versando sobre cenas da vida de S. Francisco. Nas capelas colaterais, o destaque vai para as suas coberturas com abóbadas nervuradas.

Na capela-mor, um retábulo barroco em talha dourada guarda, ao centro, a imagem medieval de N. Sra. da Salvação. As paredes laterais são revestidas por azulejos barrocos, a que se sobrepuseram pinturas do século XVI. No entanto, a obra mais notável da ousia é o frontal de altar, revestido por azulejos hispano-árabes e sevilhanos.

Grande parte do espólio desta igreja foi roubado no século XIX pelas tropas francesas, salvando-se contudo várias interessantes esculturas, com particular destaque para uma N. Sra. da Piedade, em pedra policromada, uma imagem do século XV que é notável pelos seus panejamentos e pelo tratamento dado ao rosto da Virgem.

Fonte: Igreja Matriz de Arruda dos Vinhos. In Infopédia . Porto: Porto Editora, 2003-2008. [Consult. 2008-07-09]. Disponível na www: <URL: http://www.infopedia.pt/$igreja-matriz-de-arruda-dos-vinhos&gt;.

Fonte: http://www.jstor.org/pss/3046628

“Denominação dada ao autor desconhecido de uma série de pinturas do século XVI.

Calcula-se que este mestre tenha estado profissionalmente activo entre 1500 e 1540 e pela análise das suas obras chegaram certos historiadores, como Reynaldo dos Santos e Luís Reis-Santos, a colocar a hipótese de ser de origem flamenga, como foi o caso de bastantes outros artistas desta época.

Luís Reis-Santos foi de facto o primeiro historiador a dedicar-se ao estudo das pinturas deste mestre (e o que propôs o nome que o identifica), a partir de duas chamadas São João Baptista no Deserto e São João Evangelista em Patmos (c. 1515) que se encontram na Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã.

Estas duas pinturas tinham sido oferecidas pela segunda mulher do rei D. Manuel, a rainha D. Maria, a um mosteiro de monges jerónimos existente na ilha Berlenga, e quando este se extinguiu foram levadas para o Mosteiro de Vale Benfeito (em Peniche) e, posteriormente, para a dita Misericórdia.

Algumas das demais obras atribuídas ao Mestre da Lourinhã encontram-se no Museu Nacional de Arte Antiga (oito pinturas sobre madeira – entre as quais Cristo envia S. João e S. Tiago em Missão Apostólica e S. Tiago e Hermógenes -, que pertenceram presumivelmente ao Mosteiro de Palmela, o Tríptico dos Infantes e o Pentecostes), na Sé do Funchal (um retábulo datado de cerca de 1510/1515, encomendado por D. Manuel), na igreja do santuário do Cabo Espichel, na igreja Matriz de Arruda dos Vinhos, na de Cascais, na Fundação Ricardo Espírito Santo (A Virgem e o Menino) e no Museu de Beja.

O conjunto das pinturas que lhe são atribuídas destacam-se pelo marcado estilo próprio do autor, que não se limitaria a copiar nem faria parte de uma oficina, e pelo avanço técnico e estilístico em relação à época perante o que se fazia em Portugal. Entre várias hipóteses colocou-se a de este personagem ser o pintor Álvaro Pires, uma vez que também executava magistralmente obras encomendadas pelo rei e seus familiares e se encontram semelhanças no que se refere à execução pictórica.”

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mestre_da_Lourinh%C3%A3

“Os azulejos de tapete colocados no século XVII, na capela-mor, foram vendidos ao prior da Ventosa e à Igreja de Arruda dos Vinhos em 1776 e 1782 respectivamente, e substituídos por outros.”

Fonte: http://carlosnogueira.tripod.com/id24.html