A mais famosa bruxa portuguesa é ainda hoje conhecida pelo nome de «Bruxa da Arruda». Não foi apenas uma mas sim toda uma sucessão de várias mulheres da mesma familia que ao longo de várias gerações foram passando o seu secreto saber (e possivelmente também alguns bens) de mães para filhas. Não se sabe a que época remonta a primeira Bruxa da Arruda, mas supõe-se que terá herdado os seu conhecimentos de algumas Comendadeiras de Ordem de Santiago que ficaram em Arruda dos Vinhos. As primeiras terão sido analfabetas, a partir de certa altura terão passado a utilizar o Livro de S. Cipriano. Consta que existem ainda algumas descendentes destas senhoras que exercem a sua actividade nos arredores de Lisboa.
Sabe-se que existiu no século passado uma bruxa (curandeira?) de nome Ana Lérias na Aldeia das Neves, a primeira cujo nome ficou conhecido. Uma neta sua, Adelina da Piedade Louro, terá conseguido salvar uma rapariga de Setúbal. A rapariga terá sido posta num quarto, sem nada para comer para além de sementes de abóbora, e apenas com um alguidar com leite junto dela. Consta que passados dois dias deitou uma cobra pela boca.
A rapariga estaria provavelmente atacada de lombrigas, que podem chegar a ter trinta centímetros de comprimento, podendo ser confundidas com pequenas cobras, e que, molestadas pelas sementes de abóboras, que hoje sabemos que contêm um poderoso vermicida, e procurando comida, lhe terão subido até à garganta atraídas pelo cheiro do leite.
Aquilo que hoje pode ser explicado como um fenómeno perfeitamente natural foi na altura considerado um verdadeiro prodígio de feitiçaria que tornou famosa a Curandeira D. Adelina.
AS PRÁTICAS DO OCULTISMO de Teresa Castro dÁire e os agradecimentos ao Marco Paulo Antunes, um jovem universitário de Arruda dos Vinhos, muito interessado nos seus valores culturais da sua terra, que procedeu à recolha destes dados.
Fonte: http://www.comunidade-espiritual.com/groups/?id=252&link=view_topic&topic_id=16831&group_id=252