Category: História


Dezenas de ossadas e fragmentos cerâmicos com 2.100 anos foram descobertos na vila de Arruda dos Vinhos, no âmbito da realização de obras de requalificação das ruas das procissões, disse hoje o arqueólogo Guilherme Cardoso.

“Temos um cemitério quinhentista com três dezenas e meia de sepulturas já identificadas e descobrimos também vestígios cerâmicos do período romano e medieval”, afirmou à agência Lusa Guilherme Cardoso.

As escavações permitem aos arqueólogos afirmar que a fundação de Arruda dos Vinhos remonta à Idade do Ferro, uma vez que a primeira ocupação do território data pelo menos de há 2.100 anos atrás, no vale do Rio da Pipa.

“Os trabalhos permitem-nos perceber como é que as pessoas eram no final da Idade Média e confirmar uma ocupação mais antiga, que remonta à Idade do Ferro”, explicou.

Nas sepulturas descobertas numa área de 40 metros quadrados, foram encontradas 80 a 90 ossadas, a maioria das quais pertencentes a crianças.

“Estamos a falar de um período em que a mortandade infantil era muito grande e tudo leva a crer que, neste caso, poderá ter havido uma epidemia, uma vez que pelo menos uma das crianças foi atirada para dentro da sepultura”, explicou.

Guilherme Cardoso adiantou que há intenção de alargar a zona de escavação, no sentido de vir a descobrir mais ossadas.

Os trabalhos arqueológicos decorrem desde março, depois de terem sido feitas sondagens, no âmbito da realização das obras de requalificação das Ruas 5 de Outubro, Heliodoro Salgado, Cândido dos Reis, da República, Padre José Lopes, do Adro e dos Becos Torto e da Amargura, em torno da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Salvação.

“Queremos valorizar o centro histórico e decidimos fazer obras nas ruas onde ainda hoje passam procissões, sendo a mais importante a da Salvação”, disse a vereadora da Cultura, Gertrudes Cunha.

A empreitada, que decorre desde fevereiro, engloba a substituição do pavimento e da rede de águas e de eletricidade.

As obras estão orçadas em 509 mil euros, 272 mil euros dos quais são financiados por fundos comunitários, e deverão estar concluídas em julho.

Fonte: http://www.ionline.pt/portugal/descobertas-ossadas-fragmentos-ceramicos-mais-dois-mil-anos-arruda-dos-vinhos

"Évora Gloriosa", 1728

Sancho I, descrição dos feitos do Rei e atribuição de Arruda à Ordem de Santiago

Sancho I, descrição dos feitos do Rei e atribuição de Arruda à Ordem de Santiago

Padre João de Arruda

Padre Manoel Pereira, natural de Arruda, reitor da Companhia de Jesus de Évora

Fonte: http://books.google.pt/books?id=eV9JAAAAcAAJ&pg=PA436&dq=arruda&hl=pt-PT&sa=X&ei=vMJUT-O0EqOu0QXwqtX_Cw&ved=0CEUQ6AEwAzgy#v=onepage&q=arruda&f=false

Segundo Joel Serrão, o termo concelho surge em Portugal nos diplomas, por volta do século XIII e deriva da palavra latina concilium, signifcando uma comunidade de extensão variável, cujos moradores usufruem de uma autonomia administrativa.(…)

A data ofcial da fundação do concelho não é conhecida, e a hipótese de que a origem dos concelhos portugueses tenham tido origem nos municípios romanos, tem vindo a ser posta de parte por alguns historiadores. Certo é que, segundo Pinho Leal, em “Portugal Antigo e Moderno”, D. Afonso Henriques concedeu foral a esta vila em 1160, embora esta data tenha sido constestada mais tarde por Alexandre Herculano que defende que o “Castelo de Arruda é doado ás Ordem de Santiago” por D. Afonso Henriques em 1172, como atesta o documento original à guarda da Torre do Tombo. No entanto, esta doação poderá não ter sido efectiva, pois D. Sancho I concedeu a doação em 1186, depois de “reedifcar e povoar a vila”, como também atestam os documentos históricos.

A questão da concessão de Foral e a discodância entre os históriadores é notória, surgindo até a hipotese de concessão de Foral apenas em 1517, tendo até então Foro.

De acordo com fontes e legislação da época, verifca-se que foram necessários cerca de oitenta anos para que o Concelho de Arruda dos Vinhos assumisse a confguração que possui atualmente.

A 13 de janeiro de 1898 por decreto do Rei D. Carlos I, 12 anos antes da Implantação da República, deu-se a restauração do Concelho de Arruda dos Vinhos, tal como se encontra nos dias de hoje, composto pelas freguesias de Arruda dos Vinhos, Arranhó, Cardosas e S. Tiago dos Velhos e tinha cerca de 5500 habitantes.

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Setembro de 1823
O Concelho de Arruda era composto pelas freguesias: Arruda e Cardosas. As freguesias de Arranhó, São Tiago, São Quintino e Sapataria pertenciam ao Concelho de Lisboa.

Novembro de 1836
As freguesias de Arranhó e São Tiago passaram para o Concelho de Arruda. A freguesia de Sapataria passou para o Concelho de Enxara dos Cavaleiros e a de São Quintino para o Concelho de Sobral de Monte Agraço.

Outubro de 1855
São extintos os Concelhos do Sobral de Monte Agraço e Enxara dos Cavaleiros e são integradas no Concelho de Arruda as freguesias de Sapataria, São Quintino e Sobral.

Julho de 1867
É extinto o Concelho de Arruda sendo as suas freguesias integradas noutros Concelhos.
Arruda tendo anexado Arranhó e Cardosas, passa a ser uma única freguesia, fazendo parte do Concelho de Vila Franca de Xira. A freguesia de São Tiago dos Velhos seria anexada juntamente com a freguesia de São João dos Montes à freguesia de Alhandra, que passaria a fazer parte do Concelho de Vila Franca de Xira.

Janeiro de 1868
Foi revogada a reforma administrativa e repostos os Concelhos na sua forma inicial.

Fevereiro de 1887
A sede do Concelho da vila de Arruda era transferida para a Vila do Sobral na sequência da ação de uma Vereação afeta ao Sobral. Tal situação iria originar grandes animosidades entre a população das duas vilas.

Março de 1890
Fruto daquelas rivalidades o Concelho de Arruda era restaurado e composto com as freguesias que possuía à data da sua extinção.

Setembro de 1895
Nova reforma administrativa que extingue os Concelhos do Sobral e de Arruda, em que o primeiro foi anexado ao Concelho de Torres Vedras e o segundo integrado no Concelho de Vila Franca de Xira, com as freguesias de Arranhó, Arruda, Cardosas e São Tiago.

Janeiro de 1898
São restabelecidos defnitivamente os Concelhos de Arruda e do Sobral, ficando o Concelho de Arruda com as freguesias Arruda , Arranhó, Cardosas e São Tiago e o Sobral com as freguesias do Sobral, Sapataria e São Quintino.

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Constata-se que apesar das várias transferências da sede do Concelho, Arruda nunca perdeu o estatuto de freguesia não se tendo verifcado o mesmo com Arranhó, Cardosas e São Tiago, que terão sido várias vezes integradas noutras freguesias.

Fonte: http://www.cm-arruda.pt/Download.aspx?x=f99fb917-b3dd-4890-9039-03b767b558cb

O Termo de Lisboa era um vasto território a Norte e a Ocidente da cidade.

Compreendia vilas, aldeias e lugares sob a administração da capital.

O termo de Lisboa foi criado em 1385.

 “Os mais antigos documentos de que temos conhecimento em que se faz referência ao termo de Lisboa, são as quatro cartas das doações feitas, logo no princípio do seu reinado, por D. João I à Cidade – como gratidão pelos serviços, que lhe prestou, auxiliando-o na libertação do jugo que Castela queria impor ao reino e na sua elevação à realeza – das Vilas seguintes e seus Termos, para fazerem parte do Termo de Lisboa:

a)- Em seis de Setembro: a Vila de Sintra, com todos os seus Termos e aldeias, vindo pela beira-mar até Lisboa;

b)- Em 7 de Setembro: da Vila de Torres Vedras, com todos os seus Termos e aldeias, até à cidade;

c)- Em sete de Setembro: da Vila de Alenquer, com todos os seus Termos e aldeias, ao longo do Tejo, até à cidade;

d)- Em 8 de Setembro: de Vila-Verde, Colares, Ericeira e Mafra, bem como de todos os outros lugares que são desde o Termo de Alenquer até à dita cidade de Lisboa assim como vai o rio Tejo, e que são desde o Termo de       Torres Vedras até à dita cidade, e desde Sintra até essa mesma cidade, assim como vai à beira do mar.

Estas doações transformaram em Termo de Lisboa todo o território do Reino compreendido entre o Oceano Atlântico por oeste; o mesmo Oceano e o rio Tejo, pelo sul, o mesmo rio por leste; e limitado ao norte, talvez, pelo rio de Alcabrichel, do lado do Oceano, e pela ribeira da Ota do lado do Tejo”.[1]

 O Termo de Lisboa tinha uma festa religiosa – era o Círio dos saloios a Nossa Senhora do Cabo Espichel a qual se iniciou ainda no reinado de D. João I, numa época em que a população do Termo incluía cristãos, mouros e judeus, tendo as três religiões liberdade de culto.                                          

Com o decorrer dos anos, o Termo foi perdendo terreno e os seus limites sofreram algumas alterações.

Em 1527, o rei D.JoãoIII ordenou o censo geral da população.

Com os dados deste censo foi possível chegar ao conhecimento aproximado do  território do Termo, nesta data, “estudando as confrontações das Vilas que partiam com o Termo” e que eram as seguintes:

A Ocidente – Cascais, Sintra, Torres Vedras;

A Norte – Enxara dos Cavaleiros, Sobral de Monte Agraço, Aldeia Galega da Merceana;

A Oriente – Alverca, Alhandra, Vila Franca de Xira, Povos, Arruda dos Vinhos.

Voltamos a ter informações pormenorizadas sobre o Termo, no ano de 1654. A lei de 20 de Agosto desse ano,  extingue o cargo de Corregedor do Crime do Termo e distribui os 42 julgados que o constituíam, pelos Corregedores do Crime dos vários bairros de Lisboa. Odivelas ficou sob jurisdição do Corregedor do Bairro Alto. Tínhamos dois juízes de Vintena e um escrivão, os quais tratavam todas as questões relativas à administração da justiça, directamente com o Corregedor do Bairro Alto. As freguesias eram 33 e os julgados eram 42, porque havia povoações que, apesar de não serem freguesias, eram, contudo, julgados, como por exemplo Caneças. Analisando essa lista,verifica-se um aumento da extensão do Termo, relativamente ao ano de 1527, por nele se ter incluído Sobral de Monte Agraço.

As povoações enumeradas nessa lei, são as seguintes:

Olivais, Sacavém, Charneca, Camarate, Unhos, Frielas, Apelação, S. João da Talha, Santa Iria, Póvoa de D. Martinho, Via Longa, Granja de Alpriate, Tojal, Santo António, Fanhões, Bucelas, Vila de Rei, Santiago dos Velhos, Cotovios, Santo Estêvão das Galés, S. Quintino, Monte Agraço, Banho (?) , Sapataria, Albogas Velhas, Lousa Pequena, Montemor, Loures, Marnota, Milharado, Póvoa de Santo Adrião, Odivelas, Caneças, Lumiar, Carnide, Benfica, Barcarena, Algés, Belém, Oeiras.

Em 1759,  a freguesia de Oeiras, foi elevada a Vila e sede de Concelho, deixando de pertencer ao Termo. Este é  o corte mais significativo, desde 1527.

Voltamos a encontrar uma enumeração das freguesias  numa lista anexa à lei de 17 de Julho  de 1822, (para as primeiras eleições que houve em Portutgal), totalizando trinta e três. Nesta lista, aparecem  os nomes  de todas as referidas  na lei de 20 de  Agosto de 1654, acrescida das seguintes: S. Lourenço de Arranhó, Calhandriz, S. Romão de Carnaxide  e Campo Grande. Deixa de estar incluído Sobral de Monte Agraço, que entretanto passara a concelho.

Uma alteração a referir, verificou-se em 1826, quando se procedeu à convocação  de Cortes Gerais. Na lista das freguesias do Termo, aparecem mais dois nomes: Almargem do Bispo e S. Bartolomeu, que passou depois a ser conhecida por freguesia do Beato.

 Com a divisão administrativa de 1836, o Termo perdeu terreno.

Dele deixaram de fazer parte:

– Calhandriz, que passou para o  Concelho de Alhandra ;

– Arranhó e S. Quintino, agora no Concelho de Sobral de Monte Agraço

– Santiago dos Velhos, incluído no Concelho de Arruda dos Vinhos;

– Milharado e Sapataria passam para Enxara dos Cavaleiros;

– Santa Iria da Póvoa é a partir desta data, do concelho de Alverca;

– Barcarena passa para Belas;

– Carnaxide para Oeiras;

– Almargem do Bispo passa a estar incluída no Concelho de Sintra.

Ficou assim reduzido o Termo a vinte e duas freguesias.

Em 1852 extinguiu-se o Termo e criaram-se dois novos Concelhos: Belém e Olivais.

Placa ainda existente em Odivelas (Junto a Biblioteca D.Dinis)

O Concelho de Belém era formado pelas freguesias de Ajuda, Belém,  Benfica, Carnide, Odivelas, as partes exteriores  à circunvalação das freguesias de S. Pedro de Alcântara, S. Sebastião da Pedreira e Santa Isabel.

 As restantes povoações que nesta data faziam parte do Termo ficaram a pertencer ao Concelho dos Olivais.

A festa do Termo continuou a fazer-se, porque o povo do Termo era o mesmo.

O primeiro Presidente do Concelho de Belém e nosso primeiro autarca, foi o grande Historiador Alexandre Herculano, um municipalista convicto.

Posteriormente a 1852, novas reformas administrativas trazem ainda alterações. Em 18 de Julho de 1885 foi extinto o Concelho de Belém. A carta de Lei com esta data só entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1886.

Foi traçada a linha de circunvalação da cidade de Lisboa que ía de Chelas a Algés  e houve freguesias que passaram para dentro de Lisboa , outras que ficaram com os  territórios cortados por essa linha, os quais foram anexados, conforme a situação, ou a Lisboa ou aos Concelhos de Oeiras, Sintra e Olivais.

A parte exterior da freguesia de Benfica, passou a pertencer a Oeiras, o terreno exterior de Carnide, ( que é hoje a freguesia da Pontinha ), do Lumiar, (onde é a Serra da Luz, Vale do Forno, Senhor Roubado ), da Ameixoeira, (onde agora é Olival Basto ) e toda a freguesia de Odivelas, passaram para os Olivais. Antes de traçada a circunvalação, o território destas três últimas freguesias vinha até ao rio da Costa e à ribeira de Odivelas.

E ainda não se ficou por aqui. O decreto de 22 de Julho do mesmo ano, extinguiu o Concelho dos Olivais e criou o Concelho de Loures. Entrou em vigor este decreto, a 26 de Julho de 1886.

O primeiro Presidente do Concelho de Loures foi Anselmo Brancamp Freire, grande figura da política e da cultura portuguesa do século XIX.

Na história administrativa do nosso território contamos com três grandes figuras nacionais: D. JOÃO I, ALEXANDRE HERCULANO DE CARVALHO ARAÚJO e ANSELMO BRANCAMP FREIRE, aos quais presto a minha homenagem.                                                                

Fonte: http://odivelas.com/2010/02/20/o-termo-de-lisboa/

História da freguesia das Cardosas, publicada há uns anos num Boletim da Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos

Ficheiro enviado por Alfredo do Vale, das Cardosas

Região habitada desde a época romana, teve um papel importante na organização das Linhas de Torres, que serviram de obstáculo às invasões Francesas no início século XIX.

Com uma forte tradição vitivinícola, esta zona apresenta um relevo suave, com elevações separadas por vales largos, e um clima temperado de características mediterrânicas.

As principais castas cultivadas permitem a obtenção de vinhos tintos de grande reputação, cuja qualidade é realçada com o envelhecimento, e de vinhos brancos leves e aromáticos

Arruda é um nome comum latino (Ruta-Ae) tornado próprio arabizado, pela anteposição do artigo definido árabe “Al”, cujo “L” se assimilou ao “R” inicial do substantivo por ser a última letra “solar”. A forma Latina-Árabe, Ar-Ruta, a Arruda quanto ao seu sobrenome “dos Vinhos” tem origem nos extensos vinhedos circundantes. A data de fundação do Concelho terá sido por volta de 1160.

Uma carta de D.Fernando de 1369 dá conhecimento que a Ordem de Santiago seria o Senhorio da Vila. Esta Ordem compunha-se de frades leigos e frades clérigos. Era uma Ordem monástico-militar, principal elemento de defesa dos primeiros reis, ajudando na conquista do reino. De constantemente solicitado para combate, resultou na necessidade de viverem, também em comunidade, as esposas dos cavaleiros leigos, durante a sua ausência.

Arruda teve o primeiro recolhimento desta Ordem, um mosteiro muito perto da Vila, como se prova em documentos existentes datados de 1255. Aqui se conservaram as freiras até ao reinado de D.João II (segunda metade do sec. XIII), data a partir da qual vão residir para o Convento de Santos em Lisboa.

A cultura da vinha têm-se mantido em Arruda no decorrer dos séculos e os seus famosos vinhos foram exportados nomeadamente para França, Inglaterra e Brasil.

A natureza, a situação dos terrenos, as condições climáticas, as castas cultivadas e o esmerado cultivo, conduzem à produção de uvas com o especial merecimento de imprimir uma distinção de qualidade aos vinhos da região.

O consumo e a atracção do vinho dependem fundamentalmente da qualidade, pelo que a região de Arruda naturalmente dotada com aptidões vinícolas e seculares tradições, não poderia deixar perder tão valioso capital, nem deixar de procurar uma protecção económica.

Foi com este objectivo que um grupo de viticultores tomou a iniciativa de fundar a Adega Cooperativa de Arruda dos Vinhos, cujo titulo de constituição foi lavrado em Dezembro de 1954.

A área geográfica correspondente à Denominação de Origem Controlada “Arruda” abrange os concelhos de Arruda dos Vinhos, Sobral de Monte Agraço (parte da freguesia de Santo Quintino) e Vila Franca de Xira (parte das freguesias de Cachoeiras, Calhandriz e São João dos Montes).

Fonte: http://carlosabr.blogspot.com/2009/11/arruda-doc.html?zx=9f70064aca1b5251

Tomo Segundo:

djoaoi

Tomo Terceiro:

djoaoi

Fonte:  http://books.google.pt/books?id=Tj8OAAAAQAAJ&source=gbs_navlinks_s

Arruda dos Vinhos fica a 36 Km de Lisboa, distrito a que pertence.

Fica  num vale cercada por serras e montes.

A Norte é limitada pelo concelho de Alenquer, a Sul pelo de Loures, a Este pelo de Vila Franca de Xira e a Oeste pelo de Sobral.

Nesta região sempre existiu uma erva com um cheiro muito activo e mal cheiroso. É uma erva medicinal muito frequente nesta zona.

Esta planta chama-se Arruda e durante algum tempo foi ela que deu o nome a esta região. Assim o primeiro nome de Arruda foi ”Ruta” depois, em 711 passou a chamar-se “Al Ruta” quando os muçulmanos invadiram a Península Ibérica. Só em 1828 é que aparece, em documentos antigos o nome de Arruda dos Vinhos.

Pela qualidade dos vinhos e da vinha e pela sua abundância mais tarde veio juntar-se ao nome já existente,  “ Vinhos” passando a chamar-se Arruda dos Vinhos.

Fonte: http://osbruxinhasdaarruda.blogs.sapo.pt/

A Bruxa da Arruda

A mais famosa bruxa portuguesa é ainda hoje conhecida pelo nome de «Bruxa da Arruda». Não foi apenas uma mas sim toda uma sucessão de várias mulheres da mesma familia que ao longo de várias gerações foram passando o seu secreto saber (e possivelmente também alguns bens) de mães para filhas. Não se sabe a que época remonta a primeira Bruxa da Arruda, mas supõe-se que terá herdado os seu conhecimentos de algumas Comendadeiras de Ordem de Santiago que ficaram em Arruda dos Vinhos. As primeiras terão sido analfabetas, a partir de certa altura terão passado a utilizar o Livro de S. Cipriano. Consta que existem ainda algumas descendentes destas senhoras que exercem a sua actividade nos arredores de Lisboa.

Sabe-se que existiu no século passado uma bruxa (curandeira?) de nome Ana Lérias na Aldeia das Neves, a primeira cujo nome ficou conhecido. Uma neta sua, Adelina da Piedade Louro,  terá conseguido salvar uma rapariga de Setúbal. A rapariga terá sido posta num quarto, sem nada para comer para além de sementes de abóbora, e apenas com um alguidar com leite junto dela. Consta que passados dois dias deitou uma cobra pela boca.

A rapariga estaria provavelmente atacada de lombrigas, que podem chegar a ter trinta centímetros de comprimento, podendo ser confundidas com pequenas cobras, e que, molestadas pelas sementes de abóboras, que hoje sabemos que contêm um poderoso vermicida, e procurando comida, lhe terão subido até à garganta atraídas pelo cheiro do leite.

Aquilo que hoje pode ser explicado como um fenómeno perfeitamente natural foi na altura considerado um verdadeiro prodígio de feitiçaria que tornou famosa a Curandeira D. Adelina.

AS PRÁTICAS DO OCULTISMO de Teresa Castro dÁire e os agradecimentos ao Marco Paulo Antunes, um jovem  universitário de Arruda dos Vinhos, muito interessado nos seus valores culturais da sua terra, que procedeu à recolha destes dados.

Fonte: http://www.comunidade-espiritual.com/groups/?id=252&link=view_topic&topic_id=16831&group_id=252

O povoamento do território que corresponde ao actual concelho de Arruda dos Vinhos é tido como bastante remoto, apesar de serem parcos os vestígios arqueológicos e toponímicos. Um dos topónimos mais importantes relativo ao povoamento primitivo desta região é o do lugar de Anta, referindo-se este nome à existência de uma edificação dolménica, na altura da atribuição do topónimo. No que diz respeito ao topónimo principal do concelho, é composto por dois elementos, sendo que o primeiro deriva do latim ruta, “arruda”, com o prefixo árabe al; já segundo elemento, refere-se à abundância de vinhas na região.

A primeira referência escrita relativa a Arruda dos Vinhos data de 1172, constando no documento de doação de D. Afonso Henrique de “Arruta” à Ordem de Santiago. No entanto, essa doação parece não ter sortido efeito, visto que D. Sancho I a repetiu, sem qualquer alusão ao igual acto de seu pai. Esta doação de D. Sancho foi feita a 26 de Outubro de 1185, citando-se expressamente o castelo, o que mostra ter sido Arruda uma praça forte. Anteriormente, havia D. Afonso Henriques concedido foral a Arruda dos Vinhos (1160) que mais tarde foi renovado por D. Manuel (1517).

Uma das particularidades mais notáveis dos tempos afonsinos de Arruda, concerne ao sítio que então se chamava Vilar, onde foi fundado uma espécie de Mosteiro de “freiras” da Ordem donatária, isto é, donas afiliadas à Ordem de Santiago, tendo a dona que exercia a função de superiora, o título de “comendadeira”. Em 1255 já não se encontravam nesse local pois nesse ano o Mestre da Ordem, D. Paio Peres Correia e o comendador de Mértola, D. Gonçalo Peres, doam a Estêvão Mendes o lugar de Vilar onde haviam habitado as freiras. Segundo consta, essas “freiras” de Santiago do Vilar partiram, no reinado de D. Sancho I, para Lisboa, depois de construído por esse rei o Mosteiro de Santos-o-Velho e mais tarde, no reinado de D. João II, passaram para Santos-Novos, sendo conhecidas como comendadeiras de Santos.

Eclesiasticamente, a paróquia de Santa Maria de Arruda remonta ao século XII, ou pelo menos aos princípios do século XIII, mas certamente antes do senhorio da vila pela Ordem de Santiago dado que o padroado lhe escapou, sendo da apresentação dos cónegos regrantes de Santo Agostinho do Mosteiro de S. Vicente de Fora, vigararia que depois passou a priorado.

A vila permaneceu na posse da Ordem de Santiago até meados do século XVI. Depois foi doada ao primeiro Duque de Aveiro, em cuja sucessão se manteve a sua donataria até 1759, data em que foi extinta essa casa titular. Passou então à posse da coroa, situação em que se encontrava ainda no final do Antigo Regime. Era nessa época vila da província da Estremadura, diocese de Lisboa, comarca do Ribatejo e provedoria de Torres e tinha juiz ordinário.

Em 1855, sendo extinto o concelho de Sobral de Monte Agraço foram anexas as freguesias deste ao concelho de Arruda dos Vinhos. Em 1887 a sede de concelho foi transferida para o Sobral, o que provocou desavenças entre as duas vilas, com agressões aos comerciantes que iam de uma à outra fazer negócio. Esse conflito manteve-se durante 3 anos e só foi resolvido com a formação de dois concelhos: Arruda dos Vinhos e Sobral de Monte Agraço.

A 26 de Setembro de 1895, o concelho de Arruda dos Vinhos foi extinto, tendo sido anexado ao de Vila Franca de Xira; veio a ser restaurado a 13 de Janeiro de 1898, com as freguesias que tinha à data da eliminação, excepto a de Sapataria (que ficou integrada em Sobral de Monte Agraço).

Fonte: http://portugal.veraki.pt/concelhos/concelhos.php?idconc=279&op=HI&gr=CO