A DIA, a que a Agência Lusa teve acesso, foi emitida, ainda que condicionada, ao parecer favorável da Reserva Agrícola Nacional e a um plano de intervenção paisagística, destinado a salvaguardar e repor toda a vegetação na área a ser intervencionada, e de melhoria dos habitats.
O projeto de regularização está previsto para o troço entre o Carregado, concelho de Alenquer e Castanheira do Ribatejo (Vila Franca de Xira) e destina-se a «minimizar a probabilidade de ocorrência das cheias», referia o estudo de impacto ambiental.
A intervenção é uma das previstas no âmbito do projeto de construção da Plataforma Logística de Castanheira do Ribatejo, um investimento de 370 milhões de euros do grupo espanhol Abertis.
A construção da plataforma vai implicar, entre outros trabalhos, movimentações de terras do 1,6 milhões de metros cúbicos, a regularização de três linhas de água e a reparação e beneficiação dos órgãos de proteção do dique direito do Rio Tejo.
A DIA estabelece ainda como condicionantes a existência de planos de monitorização da fauna e flora, a construção de estruturas para dar continuidade à pesca recreativa na zona e a relocalização de uma unidade de restauração acompanhada de medidas de compensação.
O documento propõe medidas de minimização e compensação dos impactos causados pelas obras, tais como a redução ao mínimo da deslocação de máquinas e das ações de desmatação e de movimentos de terra, assim como a recuperação paisagística na área intervencionada para evitar a erosão futura.
A DIA sugere também que a câmara de Vila Franca de Xira avance com a demolição de edificações ilegais e que tome medidas no sentido de contrariar a expansão urbanística junto às margens do Rio Grande da Pipa.
O leito do rio «vai ser mantido», estando prevista a colocação de pedras nas suas margens para servir de taludes, protegendo-as da erosão.
A ponte rodoviária, entre o Carregado e a Vala do Carregado, vai ser demolida e construída uma nova, sem a colocação de pilares de suporte dentro do rio para impedir a acumulação de lixo que possa impedir a normal circulação do caudal do rio em situações de maior precipitação.
A «irregularidade das margens» do rio, provocada pela erosão, e a existência de «pilares de viadutos» são as causas apontadas para as constantes inundações na região abrangida pela Bacia Hidrográfica do Tejo.
Fonte: http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=114&id_news=439272&page=0